A implantação do sistema agroflorestal (SAF) é uma importante ferramenta para a preservação do solo, já que o uso da terra é otimizado, mesclando a recuperação de áreas com a produção de alimentos. Esse foi o tema abordado no Dia de Campo realizado na propriedade da produtora rural Rosiane Chicuta, localizada na BR-429, na linha zero em São Francisco do Guaporé, por meio do projeto Terra e Mata, realizado pela Ação Ecológica Guaporé – Ecoporé, com apoio financeiro do Fundo Socioambiental Caixa.
Rosiane iniciou a implantação do sistema agroflorestal em sua propriedade no final do ano de 2023, quando as 7 mil mudas doadas pelo projeto chegaram a sua propriedade. Era o começo da realização de um sonho antigo da família, pensando na sustentabilidade alimentar e na financeira.
“Sempre foi um sonho que estava no papel, e agora a gente está conseguindo colocar em prática essa implantação de um sistema agroflorestal, onde a gente sempre trabalha essa teoria de que a agricultura familiar precisa ter uma diversificação na produção”, explica Rosiane.
Ramon Souza, extensionista rural do projeto, explica que o objetivo da família é exatamente essa diversificação. “Cada uma de suas apresentações são estruturas e componentes diferentes, que ao mesmo tempo se interligam, e os SAFs são muito importantes para a conservação do solo”, afirma Ramom.
Essas apresentações mencionadas pelo extensionista se baseiam em como o SAF iniciou na propriedade, no caso de Rosiane, havia um pequena quantidade de diversificação na propriedade, incluindo espécies florestais e a implantação veio agregar no processo de recuperação do solo.
Já para Márcia Chicuta que também é beneficiária do projeto, a implementação do SAF na propriedade iniciou do zero com espécies frutíferas como cacau, cupuaçu e açaí. Por cerca de 15 anos, a mesma área era utilizada apenas para pastagem. Para ela, o sentimento que fica é o de gratidão, pois as mudas se desenvolveram mesmo sem uma sombra adequada.
“A gente planta hoje, mas é pensando nos nossos filhos, no futuro, e o projeto contribui muito com a questão financeira, porque a gente não tem condições de comprar as mudas, nem de pagar alguém para estar acompanhando. Sou muito grata ao projeto por ter deslocado as pessoas para virem à propriedade ensinar a gente, trazer as mudas, que não é fácil”, diz a agricultora.
Um dos pontos levantados sobre a importância do dia de campo é a troca de experiências entre os beneficiários e a assistência técnica, como afirma Rosiléia da Silva Inácio. “Às vezes a gente acha que é simples, mas não é, sempre tem uns desafios, principalmente agora, com essas questões climáticas. A gente está sempre nas correrias, mas tem que tirar esse tempo pra se capacitar”, afirma Rosiléia.
O Dia de Campo é um espaço de colaboração e aprendizado coletivo, onde as experiências e os desafios enfrentados por cada produtor se transformam em conhecimento valioso para toda a comunidade envolvida nesse movimento em prol da agricultura sustentável.